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01/11/2011, 18:49h | Juventude, Notícias

Boxe campeão

Por Cecília Olliveira

Outubro foi um mês de muitas vitórias para jovens que lutam pela paz no conjunto de favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro. Neste mês eles participaram da 66ª Edição do Campeonato Brasileiro de Boxe Olímpico Elite e da 4ª Edição do Campeonato Brasileiro de Boxe Olímpico Cadete. Seis jovens atletas da Academia do Luta pela Paz embarcaram rumo à cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, para participar das competições. Thayson Amarante, Alexandre Santana, Carlos Henrique da Silva e Luiz Henrique Gomes participaram do Campeonato de Cadetes e Alan Luiz Duarte e Roberto Custódio, do Campeonato Elite, lutando contra adversários várias academias do Brasil.

Luta pela Paz: Campeões de Boxe - Foto: Elisângela Leite

Luta pela Paz: Campeões de Boxe - Foto: Elisângela Leite

Na volta pra casa, as malas vieram com itens a mais: medalhas e troféus. Thayson Amarante conquistou o título de Campeão Brasileiro de Cadetes, na categoria Mosca Ligeiro (até 48kg), Alexandre Santana conquistou a Medalha de Prata na categoria Palha (até 46kg), pelo mesmo campeonato, e Roberto Custódio, membro da Seleção Brasileira de Boxe, conquistou a medalha de Bronze, na categoria Meio Médio (até 69kg) do Campeonato Elite.

“A primeira vez que representei o Brasil numa competição fiquei nervoso, mas o professor me acalmou. Espero no futuro estar na Seleção Brasileira e ver meus amigos lá. Tenho o desejo de ser escalado para a seleção de 2012 e Olimpíadas de 2016”, sonha Thayson, 16 anos, que cursa a oitava série e que está há dois anos no Projeto. “Com o Bolsa Atleta que o projeto conseguiu pra mim, já ajudo em casa”, frisa o adolescente, que ressalta a importância do boxe em sua vida. “Eu era agressivo, mas depois de ingressar no esporte deixei de ser brigão, tenho disciplina. Na escola já melhorei, mas quero melhorar ainda mais no ano que vem. Quero que os jovens que ficam na rua, entrem para o esporte”, diz ele, que é também vice-campeão do Panamericano de Boxe.

Sem largar o Troféu, Luiz Henrique, também com 16 anos, e aluno de boxe no Luta pela Paz há quatro, gostava de boxe desde criança. “Minha mãe me incentivou. Ela ficou nervosa com a primeira viagem, mas depois se acostumou. Pretendo ajudar a minha mãe e queria crescer no esporte par ajudar mais a minha família. O jovem não pode ficar sem fazer nada, e no esporte ele encontra melhoria para a saúde e vida. Nesse momento já sou espelho para meu irmão e amigos”, diz o campeão da Copa Revelação, que só não participou o Panamericano porque não conseguiu juntar os documentos para tirar o passaporte em tempo.

“Esse ano foi muito bom. Nossos atletas foram campeões das Estrelas, representaram o país no Panamericano de Boxe, no Equador, na Copa Revelação de São Paulo e na Copa Metropolitana de São Vicente”, se orgulha o treinador dos garotos, Antonio Cruz de Jesus, conhecido como Gibi. “Hoje o projeto Luta pela Paz conta com 80 jovens de 12 a 29 anos. É muito bom trabalhar aqui. O boxe no estado está bem, em segundo lugar no ranking nacional. Sobre o Luta pela Paz, estamos em mais dois pólos: Bento Ribeiro Dantas e Kelson (Marcílio Dias), com meninos de 13 a 16 anos. Dessa forma, esperamos um 2016 com estrelas da Maré, mas pra isso, o governo precisa investir mais no esporte de base”, cobra o treinador, que sonha em ser técnico da Seleção Brasileira.

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