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30/08/2010, 20:40h | Direitos Humanos, Notícias

Desarmamento infantil

Atividade Viva a Criança Viva, na Maré, contra a violência contra crianças e adolescentes

Atividade Viva a Criança Viva, na Maré, pela valorização da vida de crianças e adolescentes

Campanhas de desarmamento infantil espalhadas pelo país propõem a troca de armas de brinquedo por revistas infantis. Essa iniciativa teve início em 2004, ano do tratado do Estatuto do Desarmamento. Em uma dessas campanhas, a prefeitura de Fortaleza-CE arrecadou cerca de três mil armas. Desde sua primeira edição, em 2005, foram arrecadadas mais de 30 mil armas de brinquedo na capital cearense. O Estatuto, em seu artigo numero 26, proíbe “a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir”.

“O Desarmamento infantil é uma ferramenta importante no trabalho mais amplo de uma promoção da cultura de paz. Ao estimular que as crianças troquem armas de brinquedo por outros brinquedos, estamos ajudando os pais a dialogarem com seus filhos não apenas sobre os riscos reais de uma arma, mas o símbolo que isso pode representar na valorização do uso da violência para a resolução de problemas”, afirma o diretor do Instituto Sou da Paz, Denis Mizne, que apóia ações de desarmamento de crianças em todo o país.

O levantamento do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), feito pelo Programa de Redução da Violência Letal, com base no ano de 2006, mostra que para os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes o risco de morrer vítima de homicídios cometidos por armas de fogo é três vezes maior do que o risco de ser assassinado por outros meios, o que constata o poder de letalidade desse instrumento. A situação é ainda mais crítica em estados como Rio de Janeiro, Pernambuco e Espírito Santo, onde este risco é aumentado por seis vezes.

O Mapeamento do Comércio e Tráfico Ilegal de Armas no Brasil, feito pelo Viva Rio, apresenta dados quantitativos e qualitativos que sobre o tema nos 27 estados da Federação, ratificando o que foi verificado pelo IHA. Ele mostrou que os maiores índices de mortalidade por arma de fogo, no período de 1996 a 2006, são do Rio de Janeiro (46,0 por 100 mil habitantes), seguidos por Pernambuco (44,2), Espírito Santo (35,8), Distrito Federal (27,1) e Rondônia (25,5).

Educação

Além do desarmamento infantil, o uso de jogos violentos é outro fator que pode influenciar a vida de crianças. Para a doutora em educação e pesquisadora do tema violência e jogos digitais, Lynn Alves, a estrutura familiar faz diferença no comportamento da criança. “Se a criança passar muito tempo de sua vida só jogando (jogos violentos, de combate e guerra, como counter strike), sem outros modos de aprendizagem, ela pode se comprometer”, aponta. Lynn lembra ainda que o papel da escola na formação destas crianças é outro ponto fundamental.

“De maneira ainda mais ampla, se as escolas trabalham de maneira aprofundada as questões do desarmamento, isto não só ajudará a termos gerações futuras menos propensas à valorização das armas de fogo, como também as crianças podem influenciar no comportamento dos pais”, reitera Mizne.

A Campanha do Desarmamento recebeu o Prêmio Unesco 2004, na categoria Direitos Humanos e Cultura da Paz, sendo considerada uma das melhores estratégias de promoção da paz já desenvolvidas no Brasil.

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