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30/11/2010, 14:54h | Notícias, Pesquisa

Morte de crianças

Por Cecília Olliveira

Estudo encomendado pela Ong Criança Segura traçou as principais causas de mortes acidentais, de crianças menores de 15 anos em cada unidade da federação. Um dos resultados da análise é de que a taxa de mortalidade do Brasil (10,6 por cem mil habitantes da idade) foi superada na maioria dos estados, registrando Roraima (21,9) e Tocantins (20,2) os valores mais elevados. Segundo o levantamento, as grandes causas da mortalidade casual de crianças são acidentes de trânsito e afogamentos, de acordo com números oficiais do Ministério da Saúde, disponíveis no DATASUS, do ano de 2007. A análise foi feita por Maria Helena de Mello Jorge e Sumie Koizumi, pesquisadoras da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Segundo os dados, 5.324 crianças morreram em 2007 vítimas de acidentes de trânsito, afogamentos, sufocações, queimaduras, quedas, intoxicações, acidentes com armas de fogo e outros. Os acidentes representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil, num total de 2.134 casos, seguidos pelo afogamento, que registrou 1.382 incidências. A Ong ressalta que muitos são os casos de subnotificação e que por isso a intenção da pesquisa não é denunciar, mas chamar a atenção para a importância de se trabalhar políticas públicas de melhoria de notificação e de prevenção aos acidentes.

Mas diante destes dados, o que é preciso fazer para evitar tais mortes? De acordo com a coordenadora de Mobilização da Ong Criança Segura, Jaqueline Magalhães, os estudos apontam que 90% dos acidentes podem ser evitados com mudanças de comportamento, transformações ambientais e ações de políticas públicas. “É essencial a transformação do comportamento em relação aos acidentes, ou seja, estes devem deixar de ser considerados como fatalidades. A disseminação de informação sobre os acidentes com crianças e adolescentes e suas formas de prevenção é essencial para esta transformação”, diz.

O papel de cada um

“Cabe a cada um de nós o cuidado com ações preventivas cotidianas nos ambientes em que vivem as crianças, além da educação para prevenção desde cedo”, explica Jaqueline. Para a coordenadora cada cidadão é responsável pela garantia dos direitos de crianças e adolescentes, e isso inclui o direito à vida e à saúde.

Além da sociedade, a participação do governo também é importante. “A ação governamental, no nível de políticas públicas que garantam, entre outras coisas, acesso à informação sobre os acidentes e sua prevenção, espaços adequados de cultura e lazer para crianças e adolescentes – onde eles estejam a salvo de riscos de acidentes –, e a criação, fiscalização e legislação eficaz no que se refere à segurança dessa população são fundamentais. A reivindicação dessas ações de políticas públicas também é um papel do cidadão, que deve fazer chegar aos órgãos públicos as necessidades de sua região, por exemplo”, explica Jaqueline.

Principais resultados

No Brasil, a taxa de mortalidade de menores de 15 anos por acidentes foi de 10,6 (por cem mil habitantes). As cinco unidades que apresentaram as maiores taxas foram: Tocantins (21,9); Roraima (20,2); Mato Grosso (16,3); Amapá (15,5) e Mato Grosso do Sul (15,0). Os cinco estados que apresentaram a menor taxa foram: São Paulo (8,1); Rio Grande do Norte (8,8); Bahia (9,0); Minas Gerais (9,4) e Ceará (9,7).

Acesse a pesquisa completa

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