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05/09/2012, 21:36h | Notícias

Não precisa ser Cult pra ser Cultura

Durante o projeto, os participantes, também chamados de solistas, irão realizar várias intervenções em seus territórios, com o intuito de mostrar o quanto a cultura é diversificada na favela e também algo presente na vida dos moradores. As intervenções começaram no período de agosto e acabam este mês.
Ninguém sabe definir em exatas palavras o que é cultura, mas todo mundo deseja possuir o poder sobre ela. O que é cultura e o que não é? Quem pode falar sobre isso? Quem pode fazer cultura? Essas perguntas ainda não possuem respostas, mas os Solistas vêm mostrando que, seja lá o que for cultura, não tem endereço fixo e se arriscam em dizer o que é cultura.
Henrique dos Santos, solista da Penha, considera cultura tudo aquilo que é cultivado em algum lugar e acredita que o programa tem funcionado para construir isso. “O projeto tem despertado o interesse dos jovens e mostrado que a Penha é um lugar de cultura, não somente uma comunidade com problemas de comunidades. Aqui também tem artista”. Henrique também realça que o projeto servirá para acabar com o preconceito que existe com quem mora em favela. “Aqui também tem gente que corre atrás do futuro”, finaliza.
Para o solista da Cidade de Deus, Jefferson Maia, cultura é história, é o que a gente vive. “O solos tem servido para mostrar as pessoas uma visão diferente sobre a cultura, que não é preciso ser Cult pra ser cultura. Cultura é o que estamos vivendo.” Jefferson já tem enxergado mudanças. “As intervenções já têm ajudado a mudar algumas coisas. A opinião das pessoas muda conforme são apresentadas coisas novas para elas”, e termina dizendo que para acabar com a visão fechada sobre a cultura da favela, é preciso mudar o que acontece dentro dela. “Para mudar a opinião dos outros é preciso mostrar o que vem acontecendo aqui dentro. Exibir aquilo que normalmente não é exibido”.
Jonas Baldson é solista do Complexo do Alemão e garante: “Aqui também tem cultura”. Para Baldson, cultura é algo natural e que cada lugar tem a sua. “Acredito que a função do projeto é mostrar que cultura é algo presente, e o que acontece aqui dentro, não é diferente. Muito se fala sobre trazer a cultura para a favela, mas é preciso dizer que aqui já tem cultura”, comenta.
Solista da Rocinha, Michele Silva, acha que tudo pode ser cultura e qualquer é um pode produzi-la. “O projeto solos mostrou que nós também podemos produzir cultura e que podemos construir nosso próprio acesso a ela.” Michele acredita que a cultura ajuda a entender melhor o que as pessoas pensam e que isso vai servir para acabar com antigos preconceitos. “Também pensamos cultura”, finaliza.
Ewerton Rosa é um dos solistas de Manguinhos, tem cultura como uma prática, algo que é costumeiro na vida de uma pessoa. Para ele, além dos 100 jovens que se formarão no final do processo, as comunidas também têm muito a ganhar. “A gente quer dar uma nova identidade para Manguinhos, mostrar que os moradores podem e devem aproveitar o espaço onde vivem, que na verdade eles são os donos dos equipamentos culturais daqui.”, analisa.
O Projeto Solos Culturais está servindo de ponte para jovens que antes não tinham tanta visibilidade e que hoje ditam o que é cultura. Cultura não tem dono e nem lugar. Cultura é de quem pegar.

Victor Viana

Solos Culturais é um projeto do Observatório de Favelas, em conjunto com a Secretária de Cultura do Rio de Janeiro e patrocinado pela Petrobras. O Projeto pretende formar 100 jovens em Produção Cultural e Pesquisa Social. Para isso, foram montados grupos de 20 jovens em cinco favelas do Rio – Cidade de Deus, Manguinhos, Rocinha, Penha e Complexo do Alemão.

Durante o projeto, os participantes, também chamados de solistas, estão realizando várias intervenções em seus territórios, com o intuito de mostrar o quanto a cultura é diversificada na favela e também algo presente na vida dos moradores. As intervenções começaram no período de agosto e acabam este mês.

O antropólogo Caio Gonçalves Dias, coordenador executivo do projeto, explica que foram escolhidos pessoas que já tinham alguma atuação cultural nas comunidades para fazer o levantamento das ações existentes e se preparar para dar continuidade a elas. “Para a gente era importante reconhecer certas práticas que ocorrem nas favelas do Rio de Janeiro como cultura. Primeiro a gente precisava identificar essas práticas, depois precisava estudar alguns temas de produção cultural para que fossem acopladas a projetos, ações e por aí vai. A nossa intenção era aliar esses dois lados, a dimensão da formação e pesquisa com a dimensão da produção e formação cultural”, diz o coordenador.

Ninguém sabe definir em exatas palavras o que é cultura, mas todo mundo deseja possuir o poder sobre ela. O que é cultura e o que não é? Quem pode falar sobre isso? Quem pode fazer cultura? Essas perguntas ainda não possuem respostas, mas os Solistas vêm mostrando que, seja lá o que for cultura, não tem endereço fixo e se arriscam em dizer o que é cultura.

Intervenção Chá de Londres, na Cidade de Deus

Intervenção Chá de Londres, na Cidade de Deus

Henrique dos Santos, solista da Penha, considera cultura tudo aquilo que é cultivado em algum lugar e acredita que o programa tem funcionado para construir isso. “O projeto tem despertado o interesse dos jovens e mostrado que a Penha é um lugar de cultura, não somente uma comunidade com problemas de comunidades. Aqui também tem artista”. Henrique também realça que o projeto servirá para acabar com o preconceito que existe com quem mora em favela. “Aqui também tem gente que corre atrás do futuro”, finaliza.

Para o solista da Cidade de Deus, Jefferson Maia, cultura é história, é o que a gente vive. “O solos tem servido para mostrar as pessoas uma visão diferente sobre a cultura, que não é preciso ser Cult pra ser cultura. Cultura é o que estamos vivendo.” Jefferson já tem enxergado mudanças. “As intervenções já têm ajudado a mudar algumas coisas. A opinião das pessoas muda conforme são apresentadas coisas novas para elas”, e termina dizendo que para acabar com a visão fechada sobre a cultura da favela, é preciso mudar o que acontece dentro dela. “Para mudar a opinião dos outros é preciso mostrar o que vem acontecendo aqui dentro. Exibir aquilo que normalmente não é exibido”.

Jonas Baldson é solista do Complexo do Alemão e garante: “Aqui também tem cultura”. Para Baldson, cultura é algo natural e que cada lugar tem a sua. “Acredito que a função do projeto é mostrar que cultura é algo presente, e o que acontece aqui dentro, não é diferente. Muito se fala sobre trazer a cultura para a favela, mas é preciso dizer que aqui já tem cultura”, comenta.

Solista da Rocinha, Michele Silva, acha que tudo pode ser cultura e qualquer é um pode produzi-la. “O projeto solos mostrou que nós também podemos produzir cultura e que podemos construir nosso próprio acesso a ela.” Michele acredita que a cultura ajuda a entender melhor o que as pessoas pensam e que isso vai servir para acabar com antigos preconceitos. “Também pensamos cultura”, finaliza.

EXpoPenha na Arena Cultural Dicró

EXpoPenha na Arena Cultural Dicró

Ewerton Rosa é um dos solistas de Manguinhos, tem cultura como uma prática, algo que é costumeiro na vida de uma pessoa. Para ele, além dos 100 jovens que se formarão no final do processo, as comunidas também têm muito a ganhar. “A gente quer dar uma nova identidade para Manguinhos, mostrar que os moradores podem e devem aproveitar o espaço onde vivem, que na verdade eles são os donos dos equipamentos culturais daqui.”, analisa.

“Se você pesquisar ações e análises sobre a vida cultural das favelas, você pega, por exemplo, o censo da cultura do IBGE. O que ele tem a dizer sobre as favelas é que nas favelas não têm cinema. Isso a gente já sabe, é uma questão que já está colocada para a gente cotidianamente. Mas ao mesmo tempo você tem uma série de cineclubes que são interessantes. Essas práticas não aparecem nesse tipo de pesquisa. Então a nossa intenção com a pesquisa é dar visibilidade para esses atos que já ocorrem nos territórios, torná-los visíveis, fazer com que possam ser alvos de políticas públicas, de patrocínio e assim por diante”, finaliza Gonçalves. O Projeto Solos Culturais mostra, mais uma vez, que cultura não tem dono e nem lugar. Cultura é de quem lança a semente.

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