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20/07/2010, 12:00h | Perfil
Por outra visão
Uma garota, de 17 anos, moradora de um aglomerado de Belo Horizonte, que divide com a mãe e dois irmãos. Até aqui, ela poderia ser só mais uma adolescente. Poderia, não fossem os sonhos, os projetos, os trabalhos, as perspectivas de mudança.
Marina Rosa não é só mais uma. Vem mudando sua realidade e quer mudar a de outros jovens através da análise da mídia e da construção de uma nova forma de se comunicar. Os sonhos da mineira passam por novos meios de se deixar ver, de mostrar a realidade da favela. “Sempre que vemos reportagens sobre a favela, não há nada de novo. É sempre o mesmo tratamento, negativo. Fulano mora na favela… Aconteceu tal crime na favela… A favela é isso e aquilo…”, explica ela, que há alguns meses participa da oficina de linguagem na Oi Kabum! – Associação Imagem Comunitária. “Gosto desta coisa de trabalhar com linguagem, de designer, de fazer logomarcas”, diz.
Finalizando este curso, Marina quer voltar para o Fica Vivo!, instituição onde teve o primeiro contato com oficinas, através da Oficina de Mídia, antes de se dedicar ao curso de designer gráfico. “Quero mudar a visão das outras pessoas, mostrar que a favela é diferente daquilo que todos estão acostumados a ver. Quero criar a minha própria versão, a minha própria historia. Quero contar como eu vejo a favela”, afirma a jovem, que conclui: “agora eu quero estudar para passar no Enem e fazer faculdade de Designer Gráfico. Não quero parar por aqui.”