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26/05/2010, 14:02h | Perfil

Protagonismo juvenil

Renato Gardel é baiano, mas aos quatro anos, quando foi adotado, veio morar na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, onde vive desde então. Seu pai era dependente químico, e foi assassinado quando o jovem já morava no Rio de Janeiro. Sua mãe biológica ainda vive na Bahia, com irmãs de Renato que ele só conhece virtualmente.

Na próxima quinta-feira, dia 27 de maio, Renato tem um encontro marcado com o secretário geral da Organização das Nações Unidas Ban Ki-moon. O coreano, que passará um dia e meio no Brasil, quis conversar com alguns jovens brasileiros para conhecer a realidade da categoria no país. Renato e outros nove meninos e meninas terão esta responsabilidade. “Sabe que eu coloco minha cabeça no travesseiro e nem acredito? É muito especial”, conta.

Renato Gardel discursando na Assembleia Mundial de Juventude Urbana

Renato Gardel discursando na Assembleia Mundial de Juventude Urbana

Aos 18 anos, Renato faz parte da União Jovem Socialista, do Portal Comunitário da Cidade de Deus, da Associação Semente da Vida da Cidade de Deus (ASVI), é um Adolescente Comunicador da Plataforma dos Centros Urbanos da Unicef, faz um curso de vídeos, outro sobre comunicação comunitária e iniciou este ano a faculdade de Marketing pelo ProUni. Isso tudo porque só aos 17 foi “despertado para essas coisas”. Sobra tempo pra se divertir? Segundo ele, sobra. “Sempre tento ir à Lapa nas sextas”, explica.

“Não sou um E.T.”
Em março deste ano, Renato discursou para milhares de jovens na abertura da Assembleia Mundial da Juventude Urbana, evento que abriu o V Fórum Urbano Mundial da ONU. Ele chamou a atenção para a necessidade do protagonismo dos jovens, e fez crítica à falta de reconhecimento das falas de jovens. “O jovem é instável? Está certo, e eu pergunto: e a economia do mundo?”. Para Renato, a falta de participação dos jovens é reflexo da visão preconceituosa que os desvalorizam. “O que eu vejo muito na juventude das comunidades é a falta de esperança. Acho que as pessoas subestimam muito a juventude, então não há motivação para ir em frente. Dar essa motivação é uma maneira de dar cidadania. É difícil, mas não é culpa da juventude”, analisa.

Despertado para as questões sociais ao iniciar um curso de inglês na Agência Cidade de Deus de Desenvolvimento Local, Renato diz que já não vê outra “razão para viver”. Hoje, ele dá aula de inglês para crianças da comunidade, voluntariamente. “Acho que o conhecimento não deve pertencer a uma pessoa só. Se você sabe, passe. Gosto de transmitir meus conhecimentos de todas as formas”, afirma.

Em meio a todas as suas atividades e ao grande reconhecimento que já tem, Renato se preocupa em deixar um recado para os jovens: “Não achem que eu sou um E.T., a juventude tem um potencial incrível. Vocês podem o que quiserem, é só querer que serão grandes, na sua casa, na vizinhança ou na escola. Eu não sou nada, a juventude é tudo!”.

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