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28/04/2010, 15:19h | Notícias

Saúde ou segurança pública?

Em junho, o Estado de Minas Gerais vai ganhar novas perspectivas para o enfretamento do uso de crack. Isso porque, desde 2008, é realizada no estado uma pesquisa que relaciona a droga ao serviço de saúde e segurança na região metropolitana de Belo Horizonte. O trabalho é realizado pelo coordenador do Centro de Pesquisa de Segurança Pública da PUC Minas (Cepesp) e secretário Executivo do Instituto Minas Pela Paz, Luiz Flávio Sapori, e financiada pelo CNPq.

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Luiz Flávio Sapori, do Centro de Pesquisa de Segurança Pública da PUC Minas

Já foram entrevistados 25 jovens traficantes da droga, 30 usuários que estão em tratamento, 10 policiais e 20 profissionais de atendimento de usuários (entre médicos, enfermeiros e psicólogos). “A pesquisa está revelando que a média de idade dos usuários fica entre 18 e 25 anos, principalmente entre os mais pobres, por ser uma droga mais barata e de fácil fabricação”, afirma Sapori. Segundo o pesquisador, o crack não é só um problema de saúde pública, e tampouco deve ser tratado só no âmbito da segurança, com força policial. “O crack é um problema para o Brasil. É um problema de saúde e segurança pública, principalmente na questão dos homicídios e roubos. É um fator de risco”, completa.

O crack é uma droga derivada da cocaína, que custa mais barato e tem efeito mais devastador, por ser imediato e capaz de causar dependência rapidamente . Para Luiz Flávio, é esse nível maior de dependência que relaciona a droga à violência. Desesperado, o usuário acaba incorrendo em crimes para satisfazer sua vontade. E os homicídios são, muitas vezes, causados pelas dívidas que contraem.

Já a psicóloga Teresa Creusa Negreiros, coordenadora do curso de pós-graduação em Prevenção e Tratamento de Abuso de Drogas, da PUC Rio, acredita que políticas públicas só serão eficazes quando forem políticas intersetoriais. “Os profissionais da saúde precisam estar melhor preparados para este tipo de atendimento. Mas a responsabilidade não é só da saúde, nem só da família ou da segurança, é preciso que haja vontade política para a ação conjunta”, afirma. A educação seria, por exemplo, um ponto fundamental na prevenção primária do uso. Teresa lembra também da importância que a mídia tem no processo, trabalhando na difusão do tema, como aconteceu no caso da indústria do tabaco.

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