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14/11/2012, 21:02h | Notícias

Restrição orçamentária ameaça a continuidade do Teatro Mário Lago

Por Raika Julie

Desde o início de novembro, os moradores da Vila Kennedy vivem um momento que mistura expectativa, ansiedade e resistência. Isto porque, o Teatro Mário Lago, único na região, corre risco de ser fechado ainda este ano.  Segundo o líder comunitário e integrante da comissão que defende a permanência do teatro, Jorge Melo, a população foi informada de que, a partir do primeiro dia deste mês, o repasse de verbas feito pela Secretaria de Cultura do Estado, através da Fundação de Artes do Rio de Janeiro (Funarj), seria suspenso. “O argumento que nos foi apresentando pela SEC é que a decisão foi pautada na ‘redução orçamentária’ e que o TML não se enquadra no modelo atual”, explica.
No final de outubro, artistas locais, associações de bairro, alunos, frequentadores do teatro e ativistas culturais realizaram uma primeira reunião que deu origem a uma comissão que irá representar a comunidade nas discussões acerca do tema. “Nosso objetivo é tentar, de forma organizada, negociar com o Poder Público para garantir a permanência e manutenção do nosso teatro. Para muitas pessoas que vivem aqui, ele é um dos poucos redutos de lazer que restaram”, completa Jorge.
Segundo informações fornecidas pela Funarj, o Teatro Mário Lago, inicialmente, não será fechado. A Fundação se comprometeu a manter o recurso destinado ao espaço até meados de janeiro de 2013 e divulgou, através de uma nota, a seguinte informação. “A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) não vai fechar o Teatro Mário Lago, que funciona num galpão da Secretaria de Estado de Habitação na Vila Kennedy. Pelo contrário: o teatro continua vivo e funcionando, guiado pelo Grupo de Teatro Potengy, que ocupa aquele espaço desde o ano passado. A SEC está fazendo um termo de permissão de uso do teatro com Marcelo Guilherme e Felipe Machado, do Potengy. Eles, junto com Mestre, importante representante da área artística da comunidade onde se situa o teatro, passarão a ser efetivamente os responsáveis pelo espaço, perspectiva que muito os animou. Além disso, a SEC cederá a eles todos os equipamentos e mobiliário existentes”. Os representantes do Grupo Potengy não foram encontrados para comentar os acontecimentos.
Para o produtor e ativista cultural, Pablo Ramoz, que há tempos desenvolve atividades artísticas na região, a situação não se resume somente a questões orçamentárias. “Os órgãos públicos responsáveis precisam nos dar uma satisfação sobre os motivos reais que envolvem esta questão do repasse de verbas e até mesmo o fechamento do teatro. Este espaço é o único reduto artístico-cultural deste porte, localizado dentre de uma comunidade que, muitas vezes, é lembrada somente pela violência, mas que possui artistas e frequentadores de arte. Jovens que vão e gostam de ir e de estar no teatro. Da mesma forma, temos que saber qual o posicionamento do grupo Potengy, atual responsável pelo Mário Lago. É preciso que os ´órgãos públicos sintam-se responsáveis pelo espaço e, ocasionalmente, pelo seu fechamento caso outros grupos não tenham condições de assumi-lo”, conclui.
Fundado em 1979, o Teatro Mário Lago, em Vila Kennedy, foi criado a partir de um galpão da Companhia Estadual de Habitação (CEHAB-RJ), através da mobilização de um grupo de artistas e da comunidade local. As primeiras obras fizeram parte da execução do I Plan Rio, sob a coordenação do Secretário de Obras Hugo de Matos. Em 1990, o espaço passou aos cuidados da Secretaria de Cultura do Estado.
Atualmente, o Teatro Mário Lago realiza atividades culturais, oficinas e cursos de formação para mais de 200 pessoas, onde 70% dos participantes são jovens moradores de espaços populares. “A verdade é que situações como esta me entristecem. Sou professor de teatro e trabalho aqui há anos. A verba pública sempre foi um problema, mas nunca deixamos de funcionar. Cortar a verba mínima que é usada somente para a manutenção do espaço é inadmissível. Muitas famílias e jovens são beneficiados e acreditam no trabalho que estamos realizando”, desabafa o professor Fernando Lamour.

Desde o início de novembro, os moradores da Vila Kennedy vivem um momento que mistura expectativa, ansiedade e resistência. Isto porque, o Teatro Mário Lago, único na região, corre risco de ser fechado ainda este ano.  Segundo o líder comunitário e integrante da comissão que defende a permanência do teatro, Jorge Melo, a população foi informada de que, a partir do primeiro dia deste mês, o repasse de verbas feito pela Secretaria de Cultura do Estado, através da Fundação de Artes do Rio de Janeiro (Funarj), seria suspenso. “O argumento que nos foi apresentando pela SEC é que a decisão foi pautada na ‘redução orçamentária’ e que o TML não se enquadra no modelo atual”, explica.

Fachada do Teatro Mário Lago. Foto: Divulgação

Fachada do Teatro Mário Lago. Foto: Divulgação

No final de outubro, artistas locais, associações de bairro, alunos, frequentadores do teatro e ativistas culturais realizaram uma primeira reunião que deu origem a uma comissão que irá representar a comunidade nas discussões acerca do tema. “Nosso objetivo é tentar, de forma organizada, negociar com o Poder Público para garantir a permanência e manutenção do nosso teatro. Para muitas pessoas que vivem aqui, ele é um dos poucos redutos de lazer que restaram”, completa Jorge.

Segundo informações fornecidas pela Funarj, o Teatro Mário Lago, inicialmente, não será fechado. A Fundação se comprometeu a manter o recurso destinado ao espaço até meados de janeiro de 2013 e divulgou, através de uma nota, a seguinte informação. “A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) não vai fechar o Teatro Mário Lago, que funciona num galpão da Secretaria de Estado de Habitação na Vila Kennedy. Pelo contrário: o teatro continua vivo e funcionando, guiado pelo Grupo de Teatro Potengy, que ocupa aquele espaço desde o ano passado. A SEC está fazendo um termo de permissão de uso do teatro com Marcelo Guilherme e Felipe Machado, do Potengy. Eles, junto com Mestre, importante representante da área artística da comunidade onde se situa o teatro, passarão a ser efetivamente os responsáveis pelo espaço, perspectiva que muito os animou. Além disso, a SEC cederá a eles todos os equipamentos e mobiliário existentes”. Os representantes do Grupo Potengy não foram encontrados para comentar os acontecimentos.

Para o produtor e ativista cultural, Pablo Ramoz, que há tempos desenvolve atividades artísticas na região, a situação não se resume somente a questões orçamentárias. “Os órgãos públicos responsáveis precisam nos dar uma satisfação sobre os motivos reais que envolvem esta questão do repasse de verbas e até mesmo o fechamento do teatro. Este espaço é o único reduto artístico-cultural deste porte, localizado dentre de uma comunidade que, muitas vezes, é lembrada somente pela violência, mas que possui artistas e frequentadores de arte. Jovens que vão e gostam de ir e de estar no teatro. Da mesma forma, temos que saber qual o posicionamento do grupo Potengy, atual responsável pelo Mário Lago. É preciso que os ´órgãos públicos sintam-se responsáveis pelo espaço e, ocasionalmente, pelo seu fechamento caso outros grupos não tenham condições de assumi-lo”, conclui.

Fundado em 1979, o Teatro Mário Lago, em Vila Kennedy, foi criado a partir de um galpão da Companhia Estadual de Habitação (CEHAB-RJ), através da mobilização de um grupo de artistas e da comunidade local. As primeiras obras fizeram parte da execução do I Plan Rio, sob a coordenação do Secretário de Obras Hugo de Matos. Em 1990, o espaço passou aos cuidados da Secretaria de Cultura do Estado.

Jovens participantes da atividades do Teatro. Foto: Divulgação

Jovens participantes da atividades do Teatro. Foto: Divulgação

Atualmente, o Teatro Mário Lago realiza atividades culturais, oficinas e cursos de formação para mais de 200 pessoas, onde 70% dos participantes são jovens moradores de espaços populares. “A verdade é que situações como esta me entristecem. Sou professor de teatro e trabalho aqui há anos. A verba pública sempre foi um problema, mas nunca deixamos de funcionar. Cortar a verba mínima que é usada somente para a manutenção do espaço é inadmissível. Muitas famílias e jovens são beneficiados e acreditam no trabalho que estamos realizando”, desabafa o professor Fernando Lamour.

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