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06/09/2011, 13:49h | Notícias, Perfil

Um novo olhar

Por Bruno Rodrigues

Um menino de treze anos, que desde pequeno, tinha o sonho de se tornar jogador de futebol. Vitor Hugo Santiago de Oliveira, morador do Conjunto de Favelas da Maré, viveu durante muito tempo a expectativa da maioria dos garotos da sua idade. No Brasil, país pentacampeão mundial, o esporte muitas vezes é visto como uma oportunidade de mudança de vida. Mas, as coisas aconteceram de maneira diferente para Vitor.

Há cerca de três anos, lhe foi apresentado o mundo da fotografia. O primeiro contato veio de casa, com Fagner França, tio e professor da Escola de Fotógrafos Populares, um dos projetos da Agência de Fotografia Imagens do Povo, do Observatório de Favelas. “Eu cheguei na oficina através do meu tio. Não vim procurando o que fazer. Já tinha certeza desde o início, eu realmente adoro fotografar”, diz Vitor. Além do curso tradicional de fotografia, o Programa Imagens do Povo oferece a Oficina de Pinhole, que ensina crianças e adolescentes, de 7 a 16 anos, a arte de capturar imagens através de câmeras artesanais, feitas pelos próprios alunos.

Por ser uma técnica simples, a Pinhole é uma ótima maneira de passar aprendizado em diferentes áreas do conhecimento. Fotografia, Artes, História, Ciências, dentre outros assuntos, que podem ser abordados de forma didática. Com sua preferência pela câmera artesanal, Vitor Hugo ratifica a singularidade e as várias possibilidades propiciadas pela técnica. “Gosto muito mais da câmera pinhole do que a digital. Além de estar mais acostumado com a primeira, também me sinto mais livre e a vontade com ela. É mais natural”, conta.

Exposição

“Foi uma experiência maravilhosa. Algo do qual nunca imaginei participar. Várias fotos minhas e da galera, sensacional!”. Assim foi a definição de Vitor, sobre a exposição Portal Pinhole ou Buraco Branco, realizada em novembro de 2010, no Cine Glória, Rio de Janeiro. Na ocasião, Vitor teve seus trabalhos expostos por cerca de um mês. “Minha família me dá apoio incondicional. No curso a gente brinca que devemos manter o foco, sempre. Então é isso que eu estou fazendo com a minha vida. Mantendo o foco e buscando ser um fotógrafo cada vez melhor”. A sua rotina, como ele mesmo descreve, é de casa para a escola. Salvo os dias em que tem curso no Observatório de Favelas ou missa. “Fico triste, pois alguns amigos meus ainda não tem a noção de como aproveitar as oportunidades, e podem cair na burrice da fazer coisas erradas. Eu sei muito bem o quero para mim, e tudo isso está valendo cada minuto do meu tempo”, vibra.

Ainda estudante da sexta série, Vitor não tem dúvidas em como se enxerga daqui a algum tempo e qual carreira quer seguir. “Fotógrafo! Quando você vai pra rua fotografar, cria-se uma expectativa enorme. Sua cabeça fica fervilhando, adrenalina lá em cima. É muito bom. Com toda a certeza, serei um excelente profissional.”

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