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16/12/2009, 12:00h | Destaque

Pastorais da Juventude e homicídios

Segundo o Índice de Homicídios na Adolescência, entre 2006 e 2012, estima-se que 33 mil jovens, dos 12 aos 18 anos, serão vítimas de homicídios. Ainda segundo esses dados, no ano de 2006, 45% das mortes na juventude brasileira aconteceram por causa da violência letal. Com este cenário de fundo, a urgência em lutar pela vida da juventude é o mote central que levou jovens ligados às Pastorais da Juventude de todo o país a lançarem, no dia 28 de novembro, a Campanha Nacional Contra o Extermínio de Jovens, durante o 7º Encontro Nacional do Movimento Fé e Política, realizado na cidade de Ipatinga, Minas Gerais. A mobilização pretende realizar, ao longo do ano que vem, uma série de atividades nos estados brasileiros, como seminários, debates e marchas sob o lema: “Juventude em marcha contra a violência”.

De acordo com o coordenador da campanha e representante das Pastorais da Juventude do Brasil, Felipe Freitas, o grande diferencial do movimento é propor um novo olhar sobre a juventude: “queremos pautar a temática da violência sob uma nova perspectiva. Queremos que o tratamento dessa questão não passe mais pela percepção imediata que logo associa juventude à violência, como se o jovem fosse por si mesmo violento”, defende. O coordenador da iniciativa também ressalta que a capilaridade da Pastoral da Juventude no país é um fator preponderante para a promoção das agendas programadas para 2010.

Outro ponto que Felipe Freitas analisa é a importância de um debate acerca da segurança pública e dos direitos humanos que não repita o tratamento raso, com o qual, segundo ele, vêm sendo levados os projetos nesses campos nos últimos 20 anos. “Pesquisas como a que deu origem ao Índice de Homicídios na Adolescência são fundamentais, pois nos dão a dimensão da gravidade do problema da violência contra os jovens, permitindo que a gente possa propor ações da segurança pública e dos direitos humanos”, explica o coordenador ao comentar o Programa de Redução da Violência Letal Contra Adolescentes e Jovens (PRVL), iniciativa coordenada pelo Observatório de Favelas.

Combate ao extermínio
A Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio da Juventude é resultado de articulações que começaram ainda em 2008, quando ocorreu, em março, a 15ª Assembléia Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil e logo depois, em maio desse mesmo ano, o Seminário Nacional das Pastorais da Juventude. Em ambos os encontros o combate ao extermínio e a defesa da vida da juventude surgiram como bandeiras prioritárias da luta das Pastorais da Juventude, servindo como pontos de base para a construção coletiva da campanha.

O texto que sistematiza a missão e os eixos da Campanha faz uma homenagem à memória de alguns jovens que morreram vítimas da intolerância ou porque lutaram contra opressões sociais, econômicas e territoriais. É o caso do jovem Djair de Jesus, 16 anos, que, segundo as Pastorais da Juventude do Brasil, foi morto pela PM do Estado da Bahia, em Salvador, no ano de 2008. Também foram lembrados os assassinatos de Edson Luis,18 anos (morto pela ditadura militar, no Rio de Janeiro em 1968), Cinthia Magalhães, 16 anos (seqüestrada, violentada sexualmente e morta na periferia de Manaus, em 2004), Rodrigo da Silva, de 23 anos, militante da Pastoral da Juventude do Brasil (morto por circunstâncias ligadas à homofobia, em Cachoeira do Sul, em 2007) e Clodoaldo Souza, o “Negro Blul”, que aos 23 anos foi mártir da campanha “Reaja!” (morto por grupos paramilitares na Bahia, em 2007), entre outros homicídios.

Entre as atividades planejadas para a Campanha em 2010 Felipe Freitas destacou o Dia Nacional da Juventude (DNJ), que completará sua 25° edição. De acordo com ele, desta vez todas as atividades programadas estarão vinculadas à Campanha Nacional Contra o Extermínio de Jovens. A previsão é que milhares de jovens ligados às pastorais e pessoas que trabalham com direitos humanos e segurança pública, além da sociedade civil organizada, participem das ações do 25° DNJ, cujo lema será: “Celebrando a memória e transformando a história”. “A idéia é que cada município faça o seu formato na programação do dia. Uns poderão realizar seminários, oficinas, outros podem articular marchas. Acontece de maneira descentralizada”, explica o coordenador da campanha.

Mais informações sobre a Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio da Juventude: contraviolencia.pjb@gmail.com

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